Já abordamos em outo post como as emoções e os padrões de comportamentos podem impactar nas nossas decisões. Porém, neste post, vamos abordar a tomada de decisões especificamente em cenários de crise.
Mas primeiro é necessário compreendermos quais são os aspectos que podem nos trazer prejuízo ao tomarmos decisões financeiras.
- Aspectos emocionais: estar deprimido, ansioso, irritado ou sentindo-se desgastado. A exaustão emocional está diretamente ligada à capacidade de tomar decisões.
- Aspectos físicos: privação do sono, fadiga, falta de concentração. Nesse estado de estresse fisiológico, as habilidades de resolução de problemas e o pensamento crítico são anulados.
- Aspectos sociais: sentir-se pressionado por um contexto ou situação; estar entediado ou sentir-se isolado.
Muitas vezes subestimamos o impacto que nossas emoções têm na nossa vida. E quando nos encontramos em cenários de instabilidade econômica, como o que estamos vivendo, é comum que ansiedade e insegurança aflorem ainda mais, criando um quadro que favorece a tomada de decisões impulsivas e erradas.
Para proteger seus investimentos, é fundamental que você evite tomar decisões quando estiver impactado por algum dos aspectos citados acima.
Saiba diferenciar se suas decisões estão baseadas em argumentos lógicos e racionais ou na insegurança e pânico causados pela pandemia.
Busque informações específicas sobre seus investimentos, a fim de evitar informações generalizadas que nem sempre refletem a real situação dos seus investimentos. E revise suas estratégias, se necessário.
Outro ponto importante para nos atentarmos é a influencia que contextos de crises tem sobre o nosso perfil de consumidor.
Quando você se sente angustiado, é comum tentar aliviar seus sentimentos com atividades que desencadeiam boa sensações. Nesse contexto, o aumento do estresse, frustração e isolamento pode estimular a exteriorização através de compras parceladas, gerando uma satisfação momentânea.
Ou igualmente, quando está entediado, pode fazer compras como uma forma de se entreter, gastando mais do que o habitual ao tentar encontrar prazer e relaxamento na aquisição de novas coisas.
Em tempos como esse, em que nos sentimos sem controle às situações externas, comprar se torna uma forma de retomar o controle diante de situações que não se tem controle.
Ou seja, gastar mais do que o habitual em momentos de crise, pode se tonar uma forma de compensação em meio a frustração e controle em meio a intolerância a incertezas.
Uma boa dica para resolução, caso você esteja enfrentando esse problema é; evitar acessar lojas virtuais em seu tempo livre e buscar métodos saudáveis de enfrentamento da frustração e tédio. Descubra os seu gatilhos.
Usar o autoconhecimento a seu favor e a compreensão de mecanismos psicológicos do comportamento irá te ajudar a lidar melhor com esses momentos de crise. Pois, quanto mais percebemos o poder dessas influências em nossas decisões e ações, menos influentes elas se tornam.
Profa. Dra. Naiara Leite – Doutora Finanças/UFMG – Professora UFC